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Cartas a Cassandra

Ely Vieitez Lisboa é mineira e vive em Ribeirão Preto desde a infância. Na alma ficou a ânsia telúrica de quem nasce entre montanhas: salva-se somente pela arte ou pela loucura Deve ser por isso que, desde cedo, sentiu a necessidade ingente de escrever. Tem treze livros publicados: ensaios, contos e poemas. Ousou até escrever um livro de “estórias” para adolescentes, obra já com duas edições esgotadas. Seu livro de contos freudianos, “A Senhora das Sombras”, Massao Ohno Editor (1994), foi indicado para o Prêmio  Jabuti e teve uma segunda edição, em 2014. Receberam também a indicação ao mesmo prêmio, seus livros “Paixão Desmedida” e “Cânticos de Amor ao Amado”, ambos de poemas, Editora Mania de Livro, SP, 1996. Participou de várias Antologias Poéticas, do Brasil e do exterior. Premiada no Concurso Nacional de Contos da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais(1978) e no Concurso Estadual Projeto Mapa Cultural Paulista, (1998), respectivamente com os contos “Na Travessa das Hortênsias, número 13 e “Pigmalião”. Os dois contos premiados integram a coletânea do livro “Os Girassóis de Girona”, publicado em 1999, também pela Editora Mania de Livro, com segunda edição, em 2012, pela Funpec- Editora. A autora é, até hoje, articulista em vários jornais de Ribeirão Preto, Minas Gerais e eventualmente no Linguagem Viva, de São Paulo.

As lambadas da vida foram em vão: ela continua lírica, otimista, acreditando na ousadia de sonhar.

Educadora famosa, Ribeirão Preto acabou por oficializar a paixão clandestina que a escritora sempre nutriu pela cidade de adoção: em 1996 recebeu o título de cidadã ribeirão-pretana. Fundou e orientou o Grupo Flamboyant, desde março de 1990, até 2005. É Mestre em Letras e Semiótica pela Unesp (Araraquara) e participou de vários Congressos em Portugal, em Coimbra e Évora. Pertence à Academia Ribeirãopretana de Letras e à União Brasileira de Escritores.

A autora acredita em verdades insofismáveis. Escrever é uma rica função catártica e quem lê, cresce, enriquece seu mundo interior, o vocabulário e a capacidade de redigir. Escrever, ler não são tarefas fáceis. É uma luta com as palavras que são traiçoeiras, polissêmicas e, às vezes colocam autor e leitor diante de enigmas, perguntando-lhes como no poema de Carlos Drummond de Andrade: “Trouxeste a chave”?

Aceite o repto e penetre no mundo complexo do romance epistolar “Cartas a Cassandra”.

“Cartas a Cassandra”, de Ely Vieitez Lisboa, é um romance epistolar, primeiro no gênero na literatura brasileira. Possui um fio narrativo que perpassa por toda a obra: a tese de que “toda mulher é Cassandra”.  São cartas que se permitem ler como pequenos contos. A partir da tese, Ely cria uma personagem narradora e outra interlocutora. Do relacionamento cada vez mais intenso entre as duas, a autora desenvolve um questionamento de fundo existencialista que aborda problemas da juventude à velhice ao longo de mais de sessenta cartas.

“Cartas a Cassandra” é um romance de expiação e redenção pelo sofrimento.

Waldomiro Waldevino Peixoto

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